Região do Douro

A região demarcada do Douro é considerada a mais antiga denominação de origem do mundo. A sua primeira delimitação territorial data de 1756, tratando-se do primeiro modelo de institucional de uma região vitivinícola. Na altura foi criado para regulamentar e proteger a produção e comercialização de vinho do Porto. Actualmente agrega duas denominações de origem: Porto e Douro.

Construída nas encostas íngremes e pedregosas que serpenteiam o rio Douro, os patamares e socalcos que constituem a paisagem desta região são considerados uma das criações mais sublimes do homem, tendo sido reconhecida como Património Mundial da Humanidade pela Unesco. 

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O Douro Superior – o berço do nosso vinho 

A região demarcada do Douro divide-se em 3 sub-regiões: Baixo-Corgo (com maior influência do Atlântico), Cima-Corgo (onde encontramos as casas mais emblemáticas do Douro) e Douro Superior (a região mais agreste, que vai desde a Valeira até à fronteira com Espanha). 

Sendo a maior região em termos e superfície, o Douro Superior é a menor em percentagem de vinha. A sua interioridade geográfica e o facto de ser menos povoada criou as condições ideais para uma maior preservação da sua paisagem natural e da sua biodiversidade. Para além da vinha destacam-se ainda duas culturas dominantes: o olival e o amendoal. O clima é mais continental, com Invernos frios e secos e verões com temperaturas bastante quentes. As grandes amplitudes térmicas que se verificam na fase final da campanha são essenciais para manter a frescura e acidez nos vinhos. A isso junta-se a altitude das parcelas e a sua exposição, fundamentais para se conseguirem vinhos mais equilibrados.  Tal  como o resto do Douro também aqui os solos são maioritariamente xistosos, com alguns afloramentos de granito (mais residuais).

 

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Douro DOC

30 % de uvas brancas, 70 % de uvas tintas, uma vinha centenária, um pequeno quintal com menos de 1 hectare. As videiras convivem no meio das árvores de fruto (ameixeiras, cerejeiras, figueiras, oliveiras e outras), num emparcelamento muito estreito, onde as máquinas não conseguem entrar. Todo o trabalho é feito de forma manual, durante toda a campanha vitícola, desde o controle das ervas aos tratamentos com produtos naturais, de forma a garantir a qualidade destas uvas tão raras. 

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As castas

O Douro é uma das zonas de Portugal com um maior património genético em termos de castas de uva, sobretudo presentes nas vinhas velhas qua ainda encontramos na região. Entre as principais variedades tintas sobressaem a Touriga Franca, Tinta Roriz (Aragonês), Touriga Nacional, Tinta Barroca, Tinto Cão, Tinta Amarela (Trincadeira), Bastardo, Touriga Fêmea, Tinta Francisca, Alicante Bouschet e Sousão, entre muitas outras. Entre as brancas destacam-se a Malvasia Fina, Viosinho, Gouveio, Rabigato, Donzelinho e Moscatel Galego. Em algumas zonas do Douro, ainda é possível encontrar .algumas vinhas centenárias com uma grande mistura de castas, tintas e brancas. 

 

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Os lagares tradicionais

Os nossos tintos do Douro ainda são feitos de forma tradicional, com recurso à fermentação em lagar de granito. O lagar é um tanque aberto normalmente feito em granito (pode também ser feito noutro tipo de rocha ou até em inox). Este tipo de recipiente para vinificação remonta à antiguidade e ainda se encontra bastante presente na região do Douro (onde é utilizado especialmente para fazer o vinho do Porto). Pode servir para esmagar as uvas e também para fermentar, sobretudo no caso dos vinhos tintos. Consoante o tipo de vinho que se pretende,  podem-se pisar as uvas mais ou menos vezes. No primeiro caso haverá uma maior extração de cor e de compostos fenólicos, no segundo o vinho terá uma cor mais aberta e menos estrutura.  Normalmente a fermentação em lagar dura cerca de uma semana, sendo depois o mosto separado (por gravidade ou através de prensagem) para outro tipo de depósito (inox ou barrica) onde faz a fermentação maloláctica e o estágio até ser engarrafado.

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